sexta-feira, 17 de junho de 2016

Temer e Tite



De um lado, a governança política do país, do outro, a liderança da seleção brasileira de Futebol masculino. Em ambos os casos, o Brasil experimenta atualmente uma mudança de rumo e de forma de trabalho.


Semelhanças
Ambas mudanças acontecem num momento de terra arrasada, tanto da política quanto do futebol. Nas duas situações vivemos o pior momento da história do Brasil. Neste contexto, a mudança de liderança traz de volta ao povo Brasileiro um fio de esperança de que os rumos serão outros. Tanto Tite, quando Temer, despertam na nação uma expectativa de mudança para melhor.

Os dois líderes montaram suas equipes de trabalho com seu time de confiança, mudando muito da estrutura de apoio em que encontraram. Tite leva consigo, boa parte da comissão técnica e médica do Corinthians, enquanto que Temer estruturou seus ministérios acomodando sua base aliada.

Ainda que não tenha tido tempo de mostrar seu trabalho, pelo conhecimento que já se tem do Tite, nota-se que ele traz um antagonismo em relação ao Dunga. Já Michel Temer, tem demonstrado que sua política econômica se choca frontalmente a de Dilma.

Diferenças
O maior risco que a esperança corre de ser desvanecida está nas diferenças que nossos novos “comandantes” apresentam nessa mudança de país. Enquanto Temer se mostra extremamente flexível em sua estruturação ministerial, Tite, de pronto, apresentou suas exigências para poder aceitar o desafio que lhe estava proposto.

Temer trouxe para dentro de casa, parte do que Dilma tinha em sua equipe. Isto em si não é um problema. O grande problema é permitir que justamente envolvidos na corrupção que derrubou Dilma continuassem no governo, provavelmente porque o próprio Temer, assim como Dilma, são alguns dos corruptos.

Tite, antes de ter aceito o convite da CBF, tinha tido postura de total desligamento com o que havia na seleção brasileira, sem deixar espaço para aproximação. Inclusive participou de abaixo-assinado pedindo renúncia do atual presidente. Postura esta que lhe deu credibilidade de exigir total mudança na equipe, justamente o que faltou ao Temer com postura dúbia.

Os próximos capítulos dessas duas séries ainda são incógnitas. Atualmente, vê-se ao menos esperança de melhora nas duas situações. O caso que permitirá concretização da esperança será o que seguir pelo caminho apresentado nas semelhanças. Temer, porém, se continuar se diferenciando de Tite em sua postura, fatalmente trará grande frustração a esperança depositada.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Sede de Justiça ou apenas preferência por coligação?

Se tem algo que tem ficado claro a tempos é que o papel de achar defeitos e injustiças alheias para denunciá-las é o mais fácil de todos. Não por isso seja errado denunciar o que é devido, mas, a falta em analisar se isso tem sido feito somente pela busca de se ter a imagem de paladino na justiça, é no mínimo falta de sabedoria.

Se denunciar alguma injustiça clara é fácil, dificílimo é ser imparcial na busca pela justiça.

Para exemplificar essa parcialidade, o momento político nos deixa inúmeros exemplos. A última onda de mostras grátis é o vazamento de áudios que mostram o senador Romero Jucá intencionando obstruir o alcance da operação Lava Jato.

Algumas reações são dignas de análise para este texto. PSOL acionou PGR para pedir prisão preventiva do ministro, PDT, diz que pedirá cassação deste no conselho de Ética, enquanto PT quer que ele seja investigado.

Por outro lado, diversos expoentes próximos a Romero Jucá, declaram que tudo tem que ser visto com calma, que não era bem aquilo que foi dito e etc.

Pergunto: Estas mesmas falas já não foram ditas em episódios similares, porém, em posições opostas?

Aqui é possível trazer o alerta que este texto deseja. A sede tem que ser pela justiça. Que seja imparcial. Que as reações contra as injustiças sejam as mesmas, independente se o agente que a cometera seja de “meu grupo” ou do “grupo oposto”. Que não haja escolha do que devo ou não denunciar.

Fora isto, a única coisa que é denunciada nestas falas é a preferência por coligação A ou B.