Teologia e Doxologia |
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Gerrit Scott Dawson |
Dr. Gerrit Scott Dawson é pastor da Primeira Igreja Presbiteriana em Baton Rouge, La, e autor dos livros Jesus Ascended: The Meaning of Christ's Continuing Incarnation e Called by a New Name: Becoming What God Has Promised.
Seres
angelicais se aproximam do trono do Deus triuno. Eles chegam
diretamente à Sua presença, porque não precisam de nenhum mediador.
Nenhum pecado os impede de entrar, e Deus deu a essas criaturas a
capacidade de se aproximarem e não serem incineradas pela Sua glória. É
seguro dizer que esses anjos conhecem mais do que nós? Mas o que estes
seres bem informados fazem na presença de Deus? Segundo Apocalipse 4:10,
eles se prostram, lançam suas coroas e cantam. Resumindo, eles adoram a
Deus com todo o seu ser.
Eu leio muitos livros de teologia. Esse
é o meu trabalho—e minha paixão. Porém, toda vez que escolho um livro,
eu lanço um desafio silencioso: "Faça-me cantar". Eu vou a muitos
cultos de adoração. Esse também é o meu trabalho—e minha paixão. Meu
desafio é: "Leva-me mais fundo". O conhecimento de Deus e o louvor a
Deus; a teologia e a doxologia estão interligadas. Elas são parceiras de
dança na satisfação do nosso principal objetivo: glorificar a Deus e
gozá-lo para sempre.
A teologia que não nos faz cantar falhou em
sua missão, não importa quão correta ela seja. A adoração que não nos
leva ao mais profundo de Cristo também falhou, não importa quão gloriosa
seja a música ou quão aplicável, o sermão. Louvar a Deus de forma
adequada significa aprofundar o nosso conhecimento deste Deus que
adoramos. Nossos corações devem ficar em chamas quando verdadeiramente
examinamos como o Pai enviou seu Filho ao mundo para nos salvar, e
depois nos uniu ao Salvador quando enviou o Seu Espírito Santo aos
nossos corações. Uma ótima teologia mexe com o coração. Uma excelente
adoração aumenta o nosso conhecimento.
Vamos tomar como exemplo
duas estrofes do hino de Joseph Hart "Venham, Pecadores". A letra foi
redefinida várias vezes em ambos os estilos tradicional e contemporâneo,
o que vem a ser um testemunho sobre seu poder duradouro. As palavras
nos levam mais profundamente à obra de Cristo, de uma forma que somos
inspirados a entregar nossos corações em adoração:
Veja-o prostrado no Jardim / No chão, o Seu criador está / Na árvore cheia de sangue, contempla-o / Pecador, isso não te basta?
Em
apenas quatro pequenos versos, entramos na narrativa da obra do nosso
Salvador. Um grande paradoxo teológico é evocado através de um
imaginário vívido. Contemplamos não somente um homem, mas Deus
encarnado. O sublime Criador de todas as coisas está com Seu rosto ao
chão da criação. O Deus impassível se une a uma natureza humana que pode
sofrer agonia. Quem consegue compreender isso? Mas depois, Hart
transforma sua teologia em um chamado à adoração: "Pecador, isso não te
basta?". Saber o que Deus fez não o leva a adorar?
A próxima
estrofe dá continuidade à nossa jornada rumo ao mistério teológico,
enquanto Hart responde à "eterna" pergunta teológica: "O que Jesus está
fazendo agora?".
Eis! O Deus encarnado ascendeu / Defende o
mérito de seu sangue / Lance-se nele, lance-se por inteiro / Não deixe a
confiança em nenhuma outra coisa interferir.
Hart evoca a
passagem crucial de Hebreus: "Portanto ele é capaz de salvar
definitivamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus, pois
vive sempre para interceder por eles" (7:25). Jesus continua em Seu
sacerdócio a aplicar, em nosso favor a obra consumada de Seu sacrifício,
não apenas para justificação, mas também para o nosso crescimento em
santificação. Que maravilhoso - Jesus vive para interceder por nós. Como
eu poderia confiar em outro alguém? "Sim," meu coração chora enquanto
eu canto esta verdade teológica: "Vou lançar-me em Jesus. Darei a minha
vida inteiramente e somente a ele".
João Calvino era um dos
teólogos mais doxológicos. Ao escrever sobre a Ceia do Senhor, Calvino
regozijou-se em afirmar que, por meio da união com Cristo, "tudo o que é
dele pode chamar-se nosso". No que agora transformou-se em um trecho
famoso, Calvino articulou esta maravilhosa troca:
Esta é a
maravilhosa permuta que, por sua imensurável benevolência, ele fez
conosco; que, ao se tornar Filho do homem conosco, ele nos fez filhos de
Deus com ele; que, pela sua vinda a terra, ele nos preparou uma ida ao
céu; que, ao assumir nossa mortalidade, ele nos concedeu sua
imortalidade; que, ao aceitar a nossa fraqueza, ele nos fortaleceu com
seu poder; que, ao receber nossa pobreza sobre ele, ele nos transferiu
sua riqueza; que, ao levar sobre si o peso de nossa iniquidade (que nos
oprimia), ele nos vestiu com sua justiça. (As Institutas, 4.17.2)
Com
este conteúdo em nossos hinários teológicos, como os calvinistas podem
ser chamados os friamente escolhidos? Esta é a grande questão do
universo: Deus trocou Sua vida pela nossa morte, Sua paz pela nossa
ansiedade, Seu lar celestial pelo nosso exílio de órfãos, Seu perdão
pelo nosso pecado. E, surpreendentemente, Ele considera isso uma ótima
barganha. Tais notícias nos fazem querer sair deste teclado e correr
pelas ruas, gritando.
Teologia deve nos fazer cantar. Adoração
deve nos levar ao mais profundo da verdade gloriosa da obra de nosso
Redentor. As duas devem ser parceiras nesta dança rumo à eternidade.
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Data: 20/06/2013
Categoria: Sem Categoria
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